Implantação do Mestrado Nacional Profissionalizante em Física ainda
está sendo avaliado na universidade
Está em análise na Capes uma proposta da Sociedade Brasileira de Física (SBF) para criação de um Mestrado Nacional Profissional em Ensino de Física. A Entidade pretende utilizar unidades polo no país para implementar o curso, que deve ter um currículo unificado e será voltado para professores de ensino fundamental e médio.
O projeto foi elaborado pela diretoria da SBF com consulta a outros grupos que já promovem cursos de mestrado direcionados ao ensino de física. “Estamos elaborando um mestrado que eu diria que é conteudista. Grande parte da carga horária é voltada para conteúdo de física, aplicações em sala de aula, como fazer uso das novas tecnologias, como fazer experimentos”, disse Rita Maria Cunha de Almeida, tesoureira da SBF e física da UFRGS.
Contudo, o que é visto como positivo pela SBF, constitui-se em um dos empecilhos encontrados pela professora Isabel Krey, do departamento de Física da UFSM, para a universidade ser uma unidade polo do mestrado. “A grade curricular será unificada e não concordamos com o grande número de disciplinas conteudistas. Entendemos que são necessárias mais matérias de formação”, explicou a docente que será a coordenadora do programa caso ele seja implementado na instituição. De 21 a 25 de janeiro, Isabel participa em São Paulo do XX Simpósio Nacional de Ensino de Física, onde haverá uma mesa redonda para mais esclarecimentos e debate do assunto.
O coordenador do programa já existente de pós-graduação em Física da UFSM, Lúcio Dorneles, entende como válida a proposta da SBF. “É um curso novo que não interfere no programa que existe desde 1994 na universidade, pois se volta para outro público, o dos graduados que querem evoluir na sua carreira profissional e não tornarem-se pesquisadores”.
Já o professor aposentado do departamento de Física da UFSM, Dartanhan Figueiredo, identifica outros problemas na iniciativa da SBF. “Não é função da SBF gerenciar programas de pós-graduação. Ela pode solicitar políticas de pós ou de formação para o Ministério da Educação ou para a Capes, mas não a entidade implementar um programa. Essa é uma função das universidades. Os cursos de pós-graduação tem suas grades curriculares montadas em função da própria área em que estão situados e da qualificação que o grupo que está propondo possui. Ser imposta uma grade nacional para um curso profissionalizante em ensino de física não tem sentido. Quem deveria estar buscando que a universidade tivesse a sua liberdade acadêmica, está interferindo nesse processo. A SBF deveria estar lutando pela universidade brasileira e sua autonomia, mas está indo no sentido contrário e se constituindo em uma ameaça a universidade”, enfatizou.
A SBF explica, em matéria no site da entidade, que a proposta do programa enviada a Capes tentou conciliar ao máximo as diferentes grades de mestrado já existentes, sem desvirtuar-se da proposta original, de forma que esses cursos possam ser absorvidos como polos e usufruam dos benefícios de fazer parte do programa nacional. “Queremos criar um ambiente mais uniforme, que permita a formação de professores de maneira consistente no Brasil inteiro. Agora, quem já tem o seu programa de pós-graduação local consolidado e não quiser se conformar à proposta, poderá seguir seu rumo sem nenhum problema”, declarou o presidente da SBF, Celso de Melo.
Texto: Ana Paula Nogueira - interina (com informações do site da SBF)
Foto: Arquivo UFSM
Assessoria de Imprensa da Sedufsm
http://www.sedufsm.org.br/index.php?secao=noticias&id=1752
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