”Para os matemáticos, um eterno problema é explicar ao grande público que a importância da Matemática vai além de sua aplicabilidade. É como explicar a alguém que nunca ouviu música e beleza de uma melodia… Que se aprenda a Matemática que se resolvem problemas práticos da vida, mas que não se pense que esta é a sua qualidade essencial. Existe uma grande tradição cultural a ser preservada e enriquecida, em cada geração."
Chandier & Edwards Mathematical Intelligencer. p.35, 1998.
O INÍCIO: Se você quer
utilizar a tecnologia em sala, comece investigando o potencial das ferramentas
digitais. Uma boa estratégia é apoiar-se nas experiências bem-sucedidas de
colegas.
O CURRÍCULO: No
planejamento anual, avalie quais conteúdos são mais bem abordados com a
tecnologia e quais novas aprendizagens, necessárias ao mundo de hoje, podem ser
inseridas.
O FUNDAMENTAL:
Familiarize-se com o básico do computador e da internet. Conhecer processadores
de texto, correio eletrônico e mecanismo de busca faz parte do cardápio
mínimo.
O ESPECÍFICO: Antes de
iniciar a atividade em sala, certifique-se de que você compreende as funções
elementares dos aparelhos e aplicativos que pretende usar na aula.
A AMPLIAÇÃO: Para avançar
no uso pedagógico das TICs, cursos como os oferecidos pelo Proinfo (programa de
inclusão digital do MEC) são boas opções.
O AUTODIDATISMO: A
internet também ajuda na aquisição de conhecimentos técnicos. Procure os
tutoriais, textos que explicam passo a passo o funcionamento de programas e
recursos.
A RESPONSABILIDADE: Ajude
a turma a refletir sobre o conteúdo de blogs e fotologs. Debata qual o nível de
exposição adequado, lembrando que cada um é responsável por aquilo que
publica.
A SEGURANÇA: Discutir
precauções no uso da internet é essencial, sobretudo na comunicação online. Leve
para a classe textos que orientem a turma para uma navegação
segura.
A PARCERIA: Em caso de
dúvidas sobre a tecnologia, vale recorrer aos próprios alunos. A parceria não é
sinal de fraqueza: dominando o saber em sua área, você seguirá respeitado pela
turma.
Fontes: Adriano Canabarro Teixeira, especialista de
Educação e tecnologia da UFRGS, Maria de Los Dolores Jimenez Peña, professora de
Novas Tecnologias Aplicadas à Educação Da Universidade Mackenzie, e Roberta
Bento, diretora da Planeta Educação.
Desejo ver a Educação instalada organizacionalmente em nossas escolas.
Desejo não apenas ter ideias, sonhos ou “quereres”.
Desejo ter educadores pensando no seu aluno, como ser pensante que é, existencialmente compreensão.
Desejo sentir educadores este corpo de conhecimento integral..
Desejo lutar junto-com-o-outro que tem estes e outros desejos.
Desejo despertar pessoas que se esqueceram de que podem criar e desejar.
Desejo assumir atitudes de constantes desejos.
Desejo a todas as pessoas pensantes, criativas, desejosas e lutadoras por um ensino melhor e pela formação de cidadão e cidadãs conscientes de seus deveres e direitos.
Um bom reinicio de ano letivo, sucesso a todos e que realizem seus sonhos e ideais!!!
Reutilização de itens e compras coletivas ajudam a garantir preços mais baixos
Prepare o bolso, a disposição e o bom humor, porque está aberta a temporada de volta às aulas. Época de comprar o material escolar dos filhos, enfrentar longas filas e tentar, quem sabe, conseguir produtos de qualidade com muita economia. “Verifique o que foi utilizado o ano passado. Essa é uma boa estratégia para economizar. Os itens que estiverem em bom estado, como régua, borracha e apontador, por exemplo, podem ser reutilizados”, afirma o consultor financeiro Edward Cláudio Júnior.
Fique atenta à lista de pedidos da escola, pois algumas podem conter exageros. “Se o colégio pediu três, quatro pacotes de papel sulfite, e cada um deles vêm 500 folhas, converse com a coordenação, veja se o número realmente é suficiente”. Quanto aos livros didáticos, fale com os pais que tenham filhos em idade escolar diferentes do seu. Proponha a eles a compra por um preço melhor, porque provavelmente serão os mesmos deste ano.
Pesquisar custos em pelo menos dois ou três estabelecimentos é também fundamental para assegurar preços mais baixos, e quando possível, reunir outros pais para realizar compras coletivas. “Essa é uma saída. Adquirir em grande quantidade em lojas de atacado”. Vale lembrar, diz o consultor, que para a estratégia, qualquer número de pais é interessante, afinal, quanto mais clientes a loja atender, melhor será para ela.
E como driblar a criança dos produtos de grife, aqueles com personagens do momento que variam até 100% ou mais nas prateleiras? “Aproveite a oportunidade para educá-la financeiramente. Converse, negocie. Explique que com aquela economia é possível até se fazer um passeio como ir a um parque de diversão ou ao cinema.”, aconselha Edward Cláudio Júnior. Mas se não houver jeito, e ela insistir por artigos com temas específicos e seus ídolos, recorra aos adesivos, que podem ser colados nas capas do caderno, por exemplo.
Estudantes driblam pobreza, baixa escolaridade dos pais e má formação dos professores
Felipe Vieira Costa (o mais baixo, à direita de Dilma) na foto que depois ele recortou para simular que estava sozinho ao lado da presidenteAgência O Globo
BRASÍLIA - Alunos de escolas públicas reprovadas em avaliações do Ministério da Educação (MEC) estão entre os ganhadores de medalhas de ouro em olimpíadas de Matemática e Língua Portuguesa. Diferentemente dos colégios onde estudam, eles driblam a pobreza, a baixa escolaridade dos pais e a má formação dos professores.
Em Sítio do Mato (BA), a 800 quilômetros de Salvador, o estudante Felipe Vieira Costa, de 13 anos, já conquistou três medalhas — uma de bronze e duas de ouro — na Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (Obmep). Ele ficou em 33º lugar, entre cinco milhões de inscritos das séries finais do ensino fundamental, na edição 2012 — os 200 melhores ganham ouro.
O bom desempenho de Felipe contrasta com o da Escola Municipal Professor Avelino Nunes Rodrigues, onde estuda. Ela ocupa a posição 29.204, entre 30.842 estabelecimentos públicos, no mais recente ranking do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb 2011), principal indicador de qualidade do ensino brasileiro.
Na paraibana Pombal, a 370 quilômetros da capital João Pessoa, a estudante Patrícia Vieira de Queiroga, de 16 anos, foi uma das 20 medalhistas de ouro na última Olimpíada de Língua Portuguesa Escrevendo o Futuro — que teve 3,2 milhões de participantes em todo o país. Ela venceu na categoria Artigo de Opinião.
Filha de um pedreiro analfabeto que só sabe assinar o próprio nome, Patrícia é aluna da Escola Estadual Monsenhor Vicente Freitas, que aparece na colocação 8.075, entre 10.076 colégios, no ranking de provas objetivas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem 2011).
O diretor adjunto do Instituto de Matemática Pura e Aplicada (Impa), Claudio Landim, diz que a baixa qualidade do ensino brasileiro não estimula, e é insensível a mentes brilhantes.
— É evidente. Isso está acontecendo todo ano. Há muitos alunos brasileiros talentosos que não estão tendo a oportunidade de desenvolver suas aptidões — diz Landim, que é o coordenador-geral da Obmep.
Em Sítio do Mato, Quirino Sousa Costa, pai do medalhista Felipe, diz que o filho sempre teve habilidade com números e consegue superar as deficiências do ensino público na cidade. Em 2011, a escola onde Felipe estuda obteve seu melhor resultado no Ideb: 2,4. Abaixo, portanto, das médias gerais nacional (4,1) e baiana (3,3).
— Ele aprende com facilidade, faz cálculos de cabeça, fora do normal. Se a gente levar em consideração a escola, a bagunça, acho que é um dom — afirma Quirino.
Aos 37 anos, o pai conta que voltou para Sítio do Mato em 2008, depois de tentar a sorte na cidade de São Paulo, por mais de uma década. Foi na capital paulista que Felipe nasceu e estudou até a 3ª série, enquanto o pai trabalhava como vigilante, e a mãe — uma ex-professora primária —, como atendente de call center.
— Meus primeiros brinquedos foram um dicionário e uma calculadora. Fui para a escola sabendo ler e escrever — conta o garoto.
Ele fala em cursar Engenharia na universidade, de preferência na Noruega, com bolsa do programa Ciência sem Fronteiras:
— É um país desenvolvido e o primeiro no ranking do Índice de Desenvolvimento Humano.
O êxito acadêmico de Felipe mobiliza a família. Quirino conta que uma tia que trabalhou como empregada doméstica em São Paulo chegou a enviar livros didáticos usados pelos filhos do patrão numa escola particular.
Em 27 de agosto do ano passado, a presidente Dilma Rousseff compareceu à premiação da Obmep de 2011 — nessa, Felipe também foi medalhista de ouro. Quirino lamenta não ter acompanhado o filho na cerimônia, no Teatro Municipal do Rio. Diz que faltou dinheiro. O garoto e outros vencedores tiraram fotos com Dilma. Felipe não conseguiu posar sozinho ao lado da presidente, mas deu um jeito: editou a imagem.
— Pedimos para cortar e ampliar, para colocarmos na sala — explica.
A foto de Felipe e Dilma está num porta-retrato.
Em Pombal, o artigo que garantiu a vitória de Patrícia, na Olimpíada de Língua Portuguesa, trata da derrubada da chaminé de uma antiga fábrica, motivo de acirrada polêmica na cidade.
— Foi incrível. Sempre gostei muito de ler, só que não tinha o hábito de escrever. Desenvolvi durante as aulas. A professora focou bastante nas olimpíadas. Pode parecer clichê, mas só escreve bem quem lê. Eu indico isso: leitura acima de tudo. Meu pai está muito orgulhoso — diz Patrícia.
Antes de ser transferida para a Escola Monsenhor Vicente Freitas, ela foi aluna de outro colégio estadual no município, o João da Mata. A ex-escola não está listada no mais recente ranking do Enem. Mas o desempenho de suas turmas de ensino fundamental, no Ideb, dá uma ideia das dificuldades que o ex-colégio de Patrícia enfrenta. Em 2011, o João da Mata teve Ideb 2,3 nas séries finais do fundamental, resultado que o deixou na posição 29.581, num universo de 30.842 estabelecimentos públicos no país.
Patrícia terminará o ensino médio este ano. Ela quer ser médica:
— É um curso muito concorrido. Pelo menos na redação, eu me garanto.
Implantação do Mestrado Nacional Profissionalizante em Física ainda
está sendo avaliado na universidade
Está em análise na Capes uma proposta da Sociedade Brasileira de Física (SBF)
para criação de um Mestrado Nacional Profissional em Ensino de Física. A
Entidade pretende utilizar unidades polo no país para implementar o curso, que
deve ter um currículo unificado e será voltado para professores de ensino
fundamental e médio.
O projeto foi elaborado pela diretoria da SBF com
consulta a outros grupos que já promovem cursos de mestrado direcionados ao
ensino de física. “Estamos elaborando um mestrado que eu diria que é
conteudista. Grande parte da carga horária é voltada para conteúdo de física,
aplicações em sala de aula, como fazer uso das novas tecnologias, como fazer
experimentos”, disse Rita Maria Cunha de Almeida, tesoureira da SBF e física da
UFRGS.
Contudo, o que é visto como positivo pela SBF, constitui-se em um
dos empecilhos encontrados pela professora Isabel Krey, do departamento de
Física da UFSM, para a universidade ser uma unidade polo do mestrado. “A grade
curricular será unificada e não concordamos com o grande número de disciplinas
conteudistas. Entendemos que são necessárias mais matérias de formação”,
explicou a docente que será a coordenadora do programa caso ele seja
implementado na instituição. De 21 a 25 de janeiro, Isabel participa em São
Paulo do XX Simpósio Nacional de Ensino de Física, onde haverá uma mesa redonda
para mais esclarecimentos e debate do assunto.
O coordenador do programa
já existente de pós-graduação em Física da UFSM, Lúcio Dorneles, entende como
válida a proposta da SBF. “É um curso novo que não interfere no programa que
existe desde 1994 na universidade, pois se volta para outro público, o dos
graduados que querem evoluir na sua carreira profissional e não tornarem-se
pesquisadores”.
Já o professor aposentado do departamento de Física da
UFSM, Dartanhan Figueiredo, identifica outros problemas na iniciativa da SBF.
“Não é função da SBF gerenciar programas de pós-graduação. Ela pode solicitar
políticas de pós ou de formação para o Ministério da Educação ou para a Capes,
mas não a entidade implementar um programa. Essa é uma função das universidades.
Os cursos de pós-graduação tem suas grades curriculares montadas em função da
própria área em que estão situados e da qualificação que o grupo que está
propondo possui. Ser imposta uma grade nacional para um curso profissionalizante
em ensino de física não tem sentido. Quem deveria estar buscando que a
universidade tivesse a sua liberdade acadêmica, está interferindo nesse
processo. A SBF deveria estar lutando pela universidade brasileira e sua
autonomia, mas está indo no sentido contrário e se constituindo em uma ameaça a
universidade”, enfatizou.
A SBF explica, em matéria no site da entidade,
que a proposta do programa enviada a Capes tentou conciliar ao máximo as
diferentes grades de mestrado já existentes, sem desvirtuar-se da proposta
original, de forma que esses cursos possam ser absorvidos como polos e usufruam
dos benefícios de fazer parte do programa nacional. “Queremos criar um ambiente
mais uniforme, que permita a formação de professores de maneira consistente no
Brasil inteiro. Agora, quem já tem o seu programa de pós-graduação local
consolidado e não quiser se conformar à proposta, poderá seguir seu rumo sem
nenhum problema”, declarou o presidente da SBF, Celso de Melo.